sexta-feira, 20 de março de 2009

SUSSURROS...


Quarto a meia luz,

dois corpos entrelaçados.

Gemidos inaudíveis,

sussurros indescritíveis,

pele sobre pele.

Suores se espalham,

odores se misturam,

até tornarem-se um único.

Mãos trémulas e desejosas procuram cada recanto,

cada ponto mais sensível onde possam tocar e acariciar.

Bocas se unem com sofreguidão ardente,

com volúpia grandiosa,

com paixão desenfreada.

Os ritmos frenéticos aumentam alucinados,

como se o mundo fora acabar naquele momento e,

nem um só segundo poderia ser perdido.

Chega o momento crucial,

os gemidos aumentam,

sem que nenhuma palavra se entenda,

arfares se espalham e por fim,

a entrega total, êxtase.

Dois corpos estendidos, exaustos,

após uma verdadeira batalha de amor travada,

preguiça, sonolência, calor, dormência.

Tarde interminável, tudo recomeça...

Corpos entrelaçados, pele sobre pele.

O ar impregnado com o forte cheiro da sexualidade de dois seres,

com o cheiro de líquidos extraídos da própria essência da vida.

Mais gemidos inaudíveis, mais sussurros indescritíveis,

posições alternadas constantemente.

A entrega torna-se maior e com mais furor,

com mais paixão, com mais prazer.

Na tarde, somente sons de sussurros se ouvem,

tudo externamente desaparece,

lá fora o mundo já não mais existe,

somente aqueles dois corpos entregando-se loucamente.

O sol teima em não se pôr,

parecendo entender o que está acontecendo,

parecendo não querer que aquele momento sublime termine nunca.

Dois corpos entrelaçados,

pele sobre pele,

sussurros indescritíveis,

gemidos inaudíveis...

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