domingo, 29 de março de 2009

Desejo de Mulher


Quero um homem que me conheça,
Que me penetre, não só a carne,
Mas principalmente o coração,
Com força, vigor e paixão.
Quero que me devore e me beba,
Não só o gozo do sexo,
Mas o prazer de estar junto,
De ser cúmplice e complexo.
Que me prenda e me enrosque,
Não só os braços e pernas,
Mas a alma, com abraços e toques,
Que ultrapassem barreiras externas.
Quero que me jogue na cama E me use,
não como objeto, Mas como a outra metade,
Indispensável para ser completo.
Que me faça arrepiar e arder,
Não só de desejo e loucura,
Mas da febre de possuir e
poder Compartilhar sua candura.
Que me tateie e percorra,
Que aprenda meus caminhos,
Me oferte sua intimidade,
Me sufoque de carinhos.
Que desvende meus segredos,
Não todos, senão perde o mistério
E a indefinição que dá medo,
Que atrai e tira do sério.
Não quero ser sua vadia, sua meretriz,
Mesmo de forma carinhosa, de paixão.
Porque ele não admite que sua voz Profane
a pureza de minha devassidão.
Não quero ser seu espelho e nem seu reflexo,
Porque ele não precisa ser orientado, nem de adulação.
Está comigo por afinidade e pele,
Por saudade e por satisfação.
Quer compartilhar meus momentos Ao meu lado,
sem mudar meu rumo jamais.
Quer ser amigo, meu porto seguro,
Mesmo que nunca venha a ser o cais.
Quero um homem que se mostre mortal E felino,
livre e escravo de meus olhos,
Atento e sincero, idoso e menino,
Rude e gentil ao dilatar os poros.
Quero um amante que me seduza,
Fúria e abrigo, calor e aconchego,
Dentes e lábios, pêlos e dedos,
A rolar na grama, a morder os seios.
Quero olhos e pálpebras piscando,
Gozo suado e mãos dadas,
Sexo e nexo, amada amando,
Liberdade e
vidas atadas.

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Lílian Maial

sexta-feira, 20 de março de 2009

SUSSURROS...


Quarto a meia luz,

dois corpos entrelaçados.

Gemidos inaudíveis,

sussurros indescritíveis,

pele sobre pele.

Suores se espalham,

odores se misturam,

até tornarem-se um único.

Mãos trémulas e desejosas procuram cada recanto,

cada ponto mais sensível onde possam tocar e acariciar.

Bocas se unem com sofreguidão ardente,

com volúpia grandiosa,

com paixão desenfreada.

Os ritmos frenéticos aumentam alucinados,

como se o mundo fora acabar naquele momento e,

nem um só segundo poderia ser perdido.

Chega o momento crucial,

os gemidos aumentam,

sem que nenhuma palavra se entenda,

arfares se espalham e por fim,

a entrega total, êxtase.

Dois corpos estendidos, exaustos,

após uma verdadeira batalha de amor travada,

preguiça, sonolência, calor, dormência.

Tarde interminável, tudo recomeça...

Corpos entrelaçados, pele sobre pele.

O ar impregnado com o forte cheiro da sexualidade de dois seres,

com o cheiro de líquidos extraídos da própria essência da vida.

Mais gemidos inaudíveis, mais sussurros indescritíveis,

posições alternadas constantemente.

A entrega torna-se maior e com mais furor,

com mais paixão, com mais prazer.

Na tarde, somente sons de sussurros se ouvem,

tudo externamente desaparece,

lá fora o mundo já não mais existe,

somente aqueles dois corpos entregando-se loucamente.

O sol teima em não se pôr,

parecendo entender o que está acontecendo,

parecendo não querer que aquele momento sublime termine nunca.

Dois corpos entrelaçados,

pele sobre pele,

sussurros indescritíveis,

gemidos inaudíveis...